terça-feira, 26 de novembro de 2013

Tabela Filosófica de nossos Teóricos. (Piaget, Freire, Vygotsky)


A tabela precisou ser "quebrada" pois o blogspot não suporta o tamanho do arquivo e também desconfigura os outros posts quando posta a tabela inteira. Quando postada em tamanho menor não é possível ler o seu conteúdo, sendo assim faremos a postagem da tabela inteira e suas partes dividas:





































































Vygotsky

Biografia

Lev Semenovich Vygotsky Nasceu a 17 de novembro de 1896 em Orsah, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia, Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Lev Semenovich Vygotsky uma formação sólida desde criança. Até os 15 anos foi educado em casa por tutores particulares.
Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia – área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos.

Em 1924, casa-se com Roza Smekhova. Tiveram duas filhas. Desde 1920 conviveu com a tuberculose. Apesar de sua formação em Direito, destacou-se à época por suas críticas literárias e análises do significado histórico e psicológico das obras de Arte, trabalhos que posteriormente foram incorporados no livro "Psicologia da Arte", escrito entre 1924 e 1926, incluindo naturalmente a tese de doutorado sobre Psicologia da Arte, que defendeu em 1925. O seu interesse pela Psicologia levou-o a uma leitura crítica de toda produção teórica de sua época, nomeadamente as teorias da "Gestalt", da Psicanálise e o "Behaviorismo", além das ideias do educador suíço Jean Piaget.

Ao longo de seus textos Lev Semenovich Vygotskyrecorre, freqüentemente a situações extraídas de obras literárias, ele escreveu aproximadamente 200 trabalhos científicos, cujos temas vão desde neuropsicológia até criticas literárias, passando por deficiência, linguagem, psicolgia, educação e questões teoricas e metodologicas relativas às ciências humanas.

Entre os seus trabalhos de campo incluem-se visitas às populações camponesas isoladas de seu país, fazendo testes neuropsicológicos entre as aldeias nômades do Uzbequistão e do Quirguistão (Ásia Central), antes e depois do realinhamento cultural e sócio-econômico da revolução socialista, que incluía alfabetização, cursos rápidos de novas tecnologias, organização de brigadas, fazendas coletivas e outros, como descreve Alexander Luria em seu ensaio sobre diferenças culturais e o pensamento (Vigotskii et al., 1988).

A experiência vivida na formação de professores levou-o ao estudo dos distúrbios de aprendizagem e de linguagem, das diversas formas de deficiências congênitas e adquiridas, a exemplo da afasia. Complementando a sua formação para estudo da etiologia de tais distúrbios, graduou-se em Medicina retomando o curso iniciado e substituído por Direito em Moscou e retomado e concluído em Kharkov. O seu interesse em Medicina estava associado à manutenção do grupo de pesquisa ("troika") de neuropsicologia com Alexander Luria e Alexei Nikolaievich Leontiev. As suas principais contribuições à defectologia estão reunidas no livro "Psicologia Pedagógica".

Graças a uma conferência proferida no "II Congresso de Psicologia" em Lenigrado, foi convidado a trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. O seu interesse simultâneo pelas funções mentais superiores, cultura, linguagem e processos orgânicos cerebrais pesquisados por neurofisiologistas russos com quem conviveu, especialmente Luria e Leotiev, em diversas contribuições no "Instituto de Deficiências de Moscou", na direção do departamento de Educação (especial) de Narcompros, entre outros institutos, além das publicações sobre o tema, encontram-se reunidos na obra "A Formação Social da Mente", onde aborda os problemas da gênese dos processos psicológicos tipicamente humanos, analisando-os desde a infância à luz do seu contexto histórico-cultural.

Devido a vários fatores, inclusive a tensão política entre os Estados Unidos e a União Soviética após a última guerra, o trabalho de Lev Semenovich Vygotskypermaneceu desconhecido a grande parte do mundo ocidental durante décadas. Quando a Guerra Fria acabou, este incrível patrimônio de conhecimento deixado por Lev Semenovich Vygotsky começou a ser revelado. O nome deLev Semenovich Vygotsky hoje dificilmente deixa de aparecer em qualquer discussão séria sobre processos de aprendizado.

Lev Semenovich Vygotsky Pensador importante em sua área, foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Faleceu em Moscou, em 11 de junho de 1934, vítima de tuberculose, doença com que conviveu durante quatorze anos.

Fonte: http://www.psicoloucos.com/Vygotsky/biografia-de-lev-semenovich-vygotsky.html

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Marta Kohl sobre Vygotsky
(em seu livro:  Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento.Um processo sócio-histórico)

"Na área de psicologia da educação, Piaget tem sido nossa principal referência, históricamente, então o aparecimento do Vygotsky trouxe uma outra alternativa e o Piaget não é um autor que se preocupe particularmente com a escola, com o professor, com a intervenção pedagógica.
Uma forma muito interessante da gente entrar na concepção do Vygotsky sobre o desenvolvimento é uma questão que ele chamou de planos genéticos de desenvolvimento, que é uma idéia, de que o mundo psíquico, o funcionamento psicológico não está pronto previamente, quer dizer, não é inato, não nasce com as pessoas, mas também não é recebido pelas pessoas como um pacote pronto do meio ambiente. Então Vygotsky é um autor como outros, por exemplo, Piaget, Wallon, que é um autor chamado interacionista porque ele leva em conta coisas que vem de dentro do sujeito e coisas que vem do ambiente, mas a postulação interacionista do Vygotsky ganha vida se a gente prestar atenção nesta questão dos planos genéticos que ele possui porque ele fala em quatro entradas de desenvolvimento que juntas caractezariam o funcionamento psicológico do ser humano. Então uma é a filogênese que é a história da espécie humana, outra é ontogênese que é a história do indivíduo da espécie, outra é a sócio-gênese que é a história do meio cultural em que o sujeito está inserido e a outra é a micro-gênese que é um aspecto mais microscópico do desenvolvimento."

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=pZFu_ygccOo


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Paulo Freire

Biografia

Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro. Nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco.
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.
O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.
A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.
A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Acusado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do Oprimido (1968).
Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), e, na década de 1970, foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maioria no continente africano, que viviam na época um processo de independência.
No final de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida, passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as experiências de Angola e Moçambique.
Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.
Freire teve cinco filhos com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Após a morte de sua primeira mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Com ela viveu até morrer, vítima de infarto, em São Paulo.

Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como: Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992).
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Emilia Ferreiro sobre Paulo Freire:

"E falando em alfabetização de adultos no Brasil é impossível ignorar a enorme contribuição de Paulo Freire que permitiu recuperar certas dimensões do processo de alfabetização que não tinham sido focalizadas convenientemente. Em especial as dimensões sociais e a dimensão política do processo de alfabetização. E graças a difusão internacional do pensamento de Paulo Freire hoje em todos os fóruns internacionais é sabido que não é possível prescindir do pensamento latino-americano sobre a alfabetização.
E gostaria de encerrar esta apresentação, esta conversa com vocês, lendo alguns trechos do que eu disse no México em 1997, numa homenagem a Paulo Freire logo depois de sua morte. Algumas das coisas que eu disse são as seguintes:
Quero prestar homenagem a um homem que foi coerente toda a sua vida. Alguém que nunca escreveu para transmitir desânimo, pessimismo, abatimento. A um lutador incansável, a um lutador que busca o diálogo e talvez por isso concedeu tantas entrevistas durante sua intensa vida. Numa das entrevistas que deu em janeiro de 1996 a pessoa que faz a entrevista lhe pergunta: “Então Paulo, você está a favor do diálogo e ao mesmo tempo a favor da luta?” e Paulo responde: “Sim. Alguns pensaram que por defender o diálogo eu negava o conflito. Não, jamais neguei o conflito. O conflito está aí, e é fundamental no desenvolvimento e no processo histórico. A luta me faz, a luta me constitui, a luta me forma. Ela é pedagógica.” E acaba falando: “Só que como a luta é histórica, as formas de lutar também mudam”.
Em outra ocasião em que o escutei falar novamente sobre a luta, disse: “Acho que não há nada sem ousadia, uma dose de insensatez é absolutamente fundamental numa pedagogia da indignação que é a pedagogia que venho defendendo neste país sob outros nomes”.
Então a pedagogia da indignação em 1987 não é, por acaso, a pedagogia dos oprimidos em 1970? Da liberação, da conscientização, da esperança em 1992? Da autonomia em 1996?
Talvez todos esses nomes designam a mesma coisa, numa visão essencialmente dialética do ato educativo, porque a indignação anda de mãos dadas com a esperança e com a necessidade de uma utopia.
A pessoa lhe pergunta: “Paulo, você ainda sonha?” Ele responde: “Sim sonho. Eu sonho no mínimo com que não seja possível dizer que não é possível sonhar.” Isso ele falou aos 74 anos. Creio que essa mensagem de luta, essa mensagem da necessidade de enfrentar o discurso economicista da impossibilidade é cada dia mais necessário e mais difícil construir, porém a globalização apresentada como único sistema possível impede de pensar e contra isso estava Paulo, estou eu, e espero que estejam vários de vocês."

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=zeFogTRJiOs

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Jean Piaget

Biografia

Jean Piaget iniciou sua extensa biografia no dia 9 de agosto de 1896 (data de seu nascimento), em Neuchâtel, na Suíça. Seu pai (Arthur Jean Piaget), um calvinista convicto, era professor universitário de Literatura medieval na Universidade de Neuchâtel. Desde criança interessou-se por mecânica, fósseis e zoologia. Jean Piaget foi uma criança precoce, tendo publicado seu primeiro artigo sobre um pardal albino aos 11 anos de idade. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira científica. Aos sábados, Jean Piaget trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural.
Jean Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filosofia. Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade.
Após formar-se, Jean Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clínica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele passou a combinar a psicologia experimental - que é um estudo formal e sistemático - com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes.
Em 1919, Jean Piaget mudou-se para a França, onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência padronizados para crianças. Jean Piaget notou que crianças francesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento lógico se desenvolve gradualmente.
O ano de 1919 foi um marco em sua vida. Jean Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de Biologia levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa.
Em 1921, Jean Piaget voltou à Suíça e tornou-se diretor de estudos no Instituto J. J. Rousseau da Universidade de Genebra. Lá ele iniciou o maior trabalho de sua vida, ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras, ações e processos de raciocínio delas.
Em 1923, Jean Piaget casou-se com Valentine Châtenay uma de suas ex-alunas, com quem teve três filhas: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931). As teorias de Jean Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. Em 1929, Jean Piaget aceitou o posto de diretor do Internacional Bureau of Education e permaneceu à frente do instituto até 1968. Anualmente ele pronunciava palestras no IBE Council e na International Conference on Public Education, nos quais ele expressava suas teses educacionais.
Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Jean Piaget lecionou em diversas universidades européias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado para lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963.
Em 1964, Jean Piaget foi convidado como consultor chefe de duas conferências na Cornell University e na University of California. Ambas as conferências debatiam possíveis reformas curriculares baseadas nos resultados das pesquisas de Jean Piaget quanto ao desenvolvimento cognitivo. Em 1979, ele recebeu o Balzean Prize for Political and Social Sciences.
Até a data de seu falecimento, Jean Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Jean Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos.
Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Jean Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia.

Jean Piaget morreu em Genebra, em setembro de 1980 (com 84 anos).


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-  A teoria de Piaget sobre a Linguagem e o Pensamento das crianças (por Vygotsky)

A psicologia deve muito a Jean Piaget. Não é exagero dizer-se que ele revolucionou o estudo da linguagem e do pensamento infantis, pois desenvolveu o método clínico de investigação das idéias das crianças que posteriormente tem sido generalizadamente utilizado. Foi o primeiro a estudar sistematicamente a percepção e a lógica infantis; além disso, trouxe ao seu objeto de estudo uma nova abordagem de amplitude e arrojo invulgares. Em lugar de enumerar as deficiências do raciocínio infantil quando comparado com o dos adultos, Piaget centrou a atenção nas características distintivas do pensamento das crianças, quer dizer, centrou o estudo mais sobre o que as crianças têm do que sobre o que lhes falta. Por esta abordagem positiva demonstrou que a diferença entre o pensamento das crianças e dos adultos era mais qualitativa do que quantitativa. Como muitas outras grandes descobertas, a idéia de Piaget é tão simples que parece evidente. Já tinha sido expressa nas palavras de Rousseau, citadas pelo próprio Piaget, segundo as quais uma criança não é um adulto em miniatura e o seu cérebro não é um cérebro de adulto em ponto reduzido. Por detrás desta verdade, que Piaget escorou com provas experimentais, esta outra idéia simples — a idéia de evolução, que ilumina todos os estudos de Piaget com uma luz brilhante. No entanto, apesar de toda a sua grandeza, a obra de Piaget sofre da dualidade comum a todas as obras pioneiras da psicologia contemporânea. Esta clivagem é correlativa da crise que a psicologia está atravessando à medida que se transforma numa ciência no verdadeiro sentido da palavra. A crise decorre da aguda contradição entre a matéria prima factual da ciência e as suas premissas metodológicas e teóricas, que há muito são alvo de disputa entre as concepções materialista e idealista do mundo(...).
O seu livro, escreve ele, é, antes do mais, e acima de tudo, uma coleção de fatos e documentos. Os elos que unem entre si os diversos capítulos são os elos fornecidos por um método único a várias descobertas e de maneira nenhuma os de uma exposição sistemática (29) (29, p. 1). Na verdade, o seu forte consiste em desenterrar novos fatos, analisá-los e classificá-los penosamente, quer dizer, na capacidade de escutar a sua mensagem, como dizia Claparède. Das páginas de Piaget cai uma avalanche de grandes e pequenos fatos sobre a psicologia infantil. O seu método clínico revela-se como uma ferramenta verdadeiramente inestimável para o estudo dos todos estruturais complexos do pensamento infantil nas suas transformações genéticas. É um método que unifica as suas diversas investigações e nos proporciona um quadro coerente, pormenorizado e vivo do pensamento das crianças. Os novos fatos e o novo método conduzem-nos a muitos problemas; alguns são inteiramente novos para a psicologia científica, outros aparecem-nos a uma luz diferente. Os problemas dão origem a teorias, apesar de Piaget estar determinado a evitá-las atendo-se estreitamente aos fatos experimentais — e passando, de momento, por cima do fato de que a própria escolha das experiências é determinada por certas hipóteses. Mas os fatos são sempre examinados à luz de uma qualquer teoria, não podendo por conseguinte ser totalmente destrinçados da filosofia. Tal é particularmente verdade para os fatos relativos ao pensamento. Para encontrarmos a chave do manancial de fatos coligidos por Piaget teremos que começar por explorar a filosofia que está por detrás da sua investigação dos fatos — e por detrás da sua interpretação, que só é exposta no fim do seu segundo livro (30), num resumo do conteúdo. Piaget aborda esta tarefa levantando a questão do inter-relacionamento objetivo de todos os traços característicos do pensamento infantil por ele observados, serão tais traços fortuitos e independentes, ou formarão um conjunto organizado, com uma lógica própria, em torno de um fato central unificador? Piaget crê que assim é. Ao responder à pergunta, passa dos fatos á teoria e incidentalmente mostra o quanto a sua análise dos fatos se encontrava influenciada pela teoria, muito embora, na sua exposição, a teoria venha a seguir aos fatos. Segundo Piaget, o elo que liga todas as características específicas da lógica infantil é o egocentrismo do pensamento das crianças. Ele reporta todas as outras características que descobriu, quais sejam, o realismo intelectual, o sincretismo e a dificuldade de compreender as relações, a este traço nuclear e descreve o egocentrismo como ocupando uma posição intermédia, genética, estrutural e funcionalmente, entre o pensamento autístico e o pensamento orientado. A idéia de polaridade do pensamento orientado e não orientado tomada de empréstimo à psicanálise. Diz Piaget: O pensamento orientado é consciente, isto é, prossegue objetivos presentes no espírito de quem pensa, É inteligente, isto é, encontra-se adaptado a realidade e esforça-se por influenciá-la. É suscetível de verdade e erro ... e pode ser comunicado através da linguagem(...).
Embora Piaget nunca tenha apresentado esta concepção de uma forma coerente e sistemática, é ela a pedra de toque de todo o seu edifício teórico. É certo que por mais de uma vez ele afirma que o pressuposto da natureza intermédia do pensamento infantil e uma hipótese, mas também diz que tal hipótese está tão próxima do senso comum que lhe parece pouco mais discutível do que o próprio fato do egocentrismo infantil. Segue os traços do egocentrismo na sua evolução e até a natureza da atividade prática da criança e até ao posterior desenvolvimento das atitudes sociais. Antes desta idade, Piaget tende a ver o egocentrismo como algo que impregna tudo. Considera direta ou indiretamente egocêntricos todos os fenômenos da lógica infantil na sua rica variedade. Do sincretismo, importante expressão do egocentrismo, diz inequivocamente que impregna todo o pensamento da criança, tanto na sua esfera verbal, como na sua esfera sensorial Após os sete ou oito anos, quando o pensamento socializado começa a ganhar forma, os traços egocêntricos não desaparecem instantaneamente. Desaparecem das operações sensoriais da criança, mas continuam cristalizados na área mais abstrata do pensamento puramente verbal. A sua concepção da predominância do egocentrismo na infância leva Piaget a concluir que o egocentrismo do pensamento se encontra tão intimamente relacionado com a natureza psíquica da criança que é impermeável à experiência. As influências a que os adultos submetem as crianças.
Esta passagem resume a natureza dos pressupostos básicos de Piaget e conduz-nos ao problema geral das uniformidades sociais e biológicas do desenvolvimento físico, a que voltaremos na seção III. Em primeiro lugar, examinemos a solidez da concepção de Piaget do egocentrismo da criança à luz dos fatos em que se baseia.”
Lev Vygotsky no livro “Pensamento e Linguagem”
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pesnsamento e Linguagem. Edição eletrônica: Ed Ridendo Castigat Mores. (www.jahr.org) 2. A teoria de Piaget sobre a linguagem e o pensamento das crianças. http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/vigo.html#ind5

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domingo, 27 de outubro de 2013

Realizamos uma entrevista com duas professoras, uma que atua na educação no mínimo a 20 anos e com outra professora recém formada.

Entrevista:

1) Como elaborar boas, pautas para reuniões pedagógicas?
Professora com 20 anos de profissão: A melhor maneira é ter um roteiro no qual devem constar os objetivos, os conteúdos que serão trabalhados, as estratégias propostas e os materiais necessários
Professora recém formada: Eu busco mais referências teóricas analiso o encadeamento da reunião com o objetivo da formação, estimar com mais precisão a duração das atividades e prever os passos seguintes com base nos conhecimentos.


2) O que revelam os rabiscos das crianças?

Professora com 20 anos de profissão: A princípio, os traços podem parecer todos iguais e sem sentido. Porém com um olhas mais cuidadoso é possível observar padrões na forma das linhas e na maneira como elas são distribuídas sobre o papel.

Professora recém formada: Cada desenho que uma criança faz mesmo sendo um rabisco significa alguma coisa.
A criança fala este desenho é da minha casa, faz outro rabisco e desenha a família etc.


3) Como você faz para conhecer seus alunos? Você realiza algum tipo de sondagem junto aos alunos ou faz uma entrevista sobre a criança com a família?

Professora com 20 anos de profissão: Costumo mandar um questionário para os pais no inicio o ano letivo, para saber como foi a gestação da mãe, como foi o parto, seus hábitos de sono e por aí a fora, buscando o Maximo de informações possível para conhecer minha criança, o resto é observação.

Professora recém formada: Primeiro faço a sondagem tento deixá-los seguros e confortáveis neste novo ambiente, ofereço muitos brinquedos atrativos para distraí-los, muito carinho e procuro conquistá-los, respeitando suas características e preferências.


4) Você se sente um profissional realizado? Por quê?

Professora com 20 anos de profissão: Sim não me imagino fazendo outra coisa, amo educação em todas as etapas pena que sou uma só e não posso estar em todas as etapas ao mesmo tempo, acho maravilhoso ver a criança fazendo uma descoberta, aprendendo algo novo e poder fazer parte disso é inexplicável, é a melhor e mais completa profissão que existe, nela você e ator, médico, psicólogo, advogado, cientista, pesquisador, cantor enfim, você faz de tudo um pouco, o melhor nunca para de aprender.

Professora recém formada: Sim me sinto muito feliz, pois o que me motiva e a vontade em aprender por parte de alguns alunos, quando vejo que o meu esforço e alcançado é uma grande alegria.


Sobre as professoras que entrevistamos:


As professoras que foram entrevistadas por nós, têm a mesma sintonia e concepção de ensino.
Hoje temos uma escola do século XIX, professoras do século XX e alunos do século XXI.
Os alunos de hoje em dia estão muito avançados em todos os níveis, principalmente na tecnologia. E por este motivo as escolas e os professores precisam acompanhar o avanço tecnológico, cultural e o social do aluno, para diminuir as dificuldades do tempo atual.


Considerações sobre a participação da mulher na educação:

 A inserção das mulheres no magistério

1) Ao longo do século XX, a docência foi assumindo um caráter eminentemente feminino, hoje, em especial na educação básica, é grande a presença de mulheres no exercício do magistério.De acordo com o primeiro censo do professor, 14,1 % da categoria é construída de homens e 85.7 % de mulheres. Outra pesquisa aponta que com 52 mil professores brasileiros mostra que 97,4 %. Dos docentes de 1º a 4º serie do ensino fundamental são mulheres. Elas ocupam 80.6 % das 5º e 8º séries desse ensino e 60, 8 % do ensino médio. A pesquisa aponta que entre diretores, coordenadores e supervisores ligados á educação básica 90,1 % são mulheres.

2)  A professora em certos aspectos é vista por seus alunos como uma mãe, aquela que ensina, aquela que da conselhos e por isso foi bastante representada pelo gênero feminino.

3) A discriminação com as mulheres se dava de todas as formas como para a professora mulher assumir o magistério publico, ou seja, adentrar no mercado de trabalho esta só poderia com 25 anos. Contudo, para entrar no curso a mulher teria que ter no mínimo 18 anos. Essa valorização da moral como objetivo tornar o ensino das mulheres voltado à moral não a instrução.

4) O magistério era profissão mais próxima e acessível para a maioria das mulheres brasileiras, alem de ser o único trabalho considerado digno para elas, e que poderia ser conjugado ás tarefas domésticas de casa.


5) Para Magda Almeida Neves da Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) esse fator ( a inserção da mulher no mercado de trabalho) pode ter influenciado os baixos salários da profissão, fazendo com que a educação permaneça como um “ gueto feminino no mercado de trabalho” e tudo isso contribui para o baixo reconhecimento do papel da professora.


Pergunta aos leitores: Em sua opinião, o magistério contribuiu de alguma forma para mulher entrar no mercado de trabalho em geral? De que forma?



A mulher na sociedade

O papel da mulher na sociedade vem mudando com o tempo, ela está garantindo independência, liberdade e espaço em atividades e comportamentos antes somente praticados por homens; diferentemente de épocas anteriores, em que ela estava submetida apenas ao casamento, a servir e agradar seu marido e cuidar de sua casa.
No ano de 1941, surgiram no cenário nacional duas músicas que fizeram grande sucesso, "Ai que saudades da Amélia" e "Emília", ambas tratando da mesma temática: a mulher ideal; caracterizada como dona de casa, servil, sem vaidade, cuja felicidade dependia apenas de afazeres domésticos.
Porém, atualmente, essa imagem está mudando, depois de revoluções feministas, revoltas e conscientização das pessoas; encontramos mulheres graduadas, exercendo variadas profissões e altos cargos políticos (como a atual Presidente da República).

Desse modo, vemos que o papel da mulher na sociedade evoluiu bastante; contudo, ela ainda é muitas vezes associada apenas à visão sexual, de vítima e doméstica, tendo o homem como dominante; visões que devem ser combatidas, diminuindo a hipocrisia no mundo e valorizando a igualdade de gênero.
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Músicas sobre a mulher:

Ai Que Saudades Da Amélia

Roberto Carlos
Composição: Ataulpho Alves - Mário Lago

Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo que você vê você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade


Cotidiano (tradução)

Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.

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Poesias sobre a mulher:

A mulher

A mulher não para de trabalhar.
Ao levantar faz sua oração de fé;
Cedo levanta, prepara o café;
Prepara o lanche da criança;
Lava louça, enxuga louça;
Prepara o almoço;
Planeja a sua agenda;
Sai para o trabalho.
Não há distinção entre as mulheres.
Não importa a raça ou a cor
são sempre belas.

A mulher é um ser sensível:
Emociona-se;
Apaixona-se;
Ama, chora, sente e ora.

A mulher é mãe:
Acalenta seu filho;
Põe o bebê para dormir;
Brinca com a filha ou filho;
Faz a criança sorrir;
Canta uma canção de ninar;
Ensina a criança a andar;
E orienta na tarefa escolar.

A mulher é esposa:
Organiza a família;
Promove a harmonia;
Planeja o seu dia-a-dia.

A mulher é profissional:
É escritora, médica;
Cantora, professora;
Lavradora, administradora;
Motorista, balconista.
A mulher é capaz e sabe o que faz.
A mulher ao longo dos anos
tarefas acumulou.
Venceu muitas batalhas;
Sua vida em muitos aspectos melhorou.
A mulher tem o dom de ser:
Conciliadora, instrutora;
Encantadora;
Elegante, atraente.

A mulher brasileira é:
É forte, é brava.
É guerreira.

A mulher é um ser especial:
É bela, maquiada ou natural.
É criativa, decidida e ativa.
A mulher tem talento.
Faz na família o orçamento;
Marca presença no parlamento.
A mulher está presente em todos os setores.
Merece destaque no cenário político municipal, estadual,
federal e, especialmente, em âmbito nacional.

Marinalva da Silva Almada
Caxias - MA.


Mulher


Você que busca no dia a dia sua
independência, sua liberdade, sua
identidade própria;
Você que luta profissional e
emocionalmente, para ser
valorizada e compreendida;
Você que a cada momento tenta ser a
companheira, a amiga, a "rainha do lar";
Você que batalha incansavelmente por seus
próprios direitos e também por um mundo
mais justo e por uma sociedade sem
violências;
Você que resiste aos sarcasmos daqueles
que a chamam de, pejorativamente, de
feminista liberal e que já ocupa um
espaço na fábrica, na escola, na
empresa e na política;
Você, eu, nós que temos a capacidade de
gerar outro ser, temos também o dever de
gerar alternativas para que a nossa Ação
criadora, realmente ajude outras
mulheres a conquistarem
a liberdade de Ser...

Ilsa da Luz Barbosa